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Gui Mazzoni mescla ciência e arte em peças inovadoras e singulares
Assim como existem profissões, principalmente nos dias de hoje, que são cada dia mais multifacetadas, também existem pessoas assim, que conseguem ser mais de uma e exercer todas com dedicação e excelência. Esse é o caso do médico, artista plástico e fotógrafo mineiro, Gui Mazzoni, que divide seu tempo entre a ciência e as artes, mas somando o amor.
Formado em medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais, com especialização em Ginecologia e Obstetrícia e ultrassonografia, ramo em que atua há cerca de 30 anos, o médico divide o tempo entre a medicina, um trabalho cansativo e que exige muita atenção e cuidado, com a alma de artista, que já vem de berço, afinal seu pai é fotografo e ele cresceu envolto nesse universo artístico, vendo o trabalho do pai bem de pertinho.
Com essa convivência Gui recebeu incentivos desde a infância, logo o amor nasceu e ele se tornou fotógrafo amador. Conta que exercendo essa paixão que crescia nele, descobriu que o profissional amador não tem esse nome porque não sabe o que está fazendo ou seu trabalho tenha menos qualidade, mas sim porque pode executar o que deseja sem pressão, apenas por amor e, assim, se dedicar ainda mais, sem amarras para se expressar por meio da arte.
Contudo, o amor pelas artes não foi o único que crescia no profissional. Desde a infância ele nutria o desejo de ser médico, e para isso estudou, formou-se e com o decorrer do trabalho se apaixonou pela ultrassonografia, para a qual dedica seus dias, sendo, inclusive, referência no ramo. Um amor que, de acordo com o artista, tem tudo a ver com sua paixão pela arte, afinal, a ultrassonografia é um tipo de fotografia aplicada à medicina. Gui conta ainda que, ao mesmo tempo, percebia as imagens para além do ponto de vista diagnóstico, mas também estético. E foi assim que surgiu a ideia de criar uma fusão entre as duas paixões que ele nutria, e surgiu a Sonofotografia, ou seja, fotografia do som.
Por meio desse projeto ele começou usar o aparelho de ultrassom no próprio corpo, como se fosse um pincel para desenhar as imagens, e foi aprimorando a técnica cada dia mais. As peças criadas por Gui remetem ao que significa a verdadeira essência do que é o ser humano, suas cores, sua inexatidão, suas formas e luzes variadas. Por meio da captura de imagens do corpo, Mazzoni cria algo de beleza ainda inédita. Sem fazer grandes alterações nas imagens, apenas no tamanho, o artista conta que seu desejo é mostrar a potencialidade do método e suas diversas possibilidades. “Essa arte é justamente a contraposição de uma padronização para qual o equipamento foi criado, fornecendo ao equipamento um uso, não padronizado.”
O artista explica que exercer as duas atividades não é uma tarefa simples, contudo, é a medicina que permite com que ele possa ter liberdade para criar e alimentar sua paixão pela arte. É o médico que mantém o artista vivo. De acordo com Gui, ser artista no Brasil, um país que pouco valoriza a arte e seu profissional é muito difícil. É preciso constantemente lutar contra o pouco incentivo, a falta de verba e projetos, mas isso não permite que ele abandone o amor pelo que faz, haja vista seu entendimento que não se pode desistir daquilo que se ama.
“No cotidiano as pessoas acham que arte é um objeto de decoração. Mas ela é mais que isso, é provação, é reflexão, e é por isso que eu acho fundamental que a gente tenha um aprimoramento da educação cultural para lapidar o nosso conceito da importância dela na formação do sujeito.”