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Grupo de Apoio Social Solidariedade
- Arte e Cultura Responsabilidade Social
- VivaOnline
- 26 de setembro de 2020
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Onde crianças e jovens em situação de risco têm esperança de um futuro brilhante pela frente.
Com o objetivo de oferecer um futuro melhor para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, um grupo de voluntários criou um projeto no bairro Santa Tereza, em Belo Horizonte. Inicialmente, ele começou bem pequeno, atendendo poucas crianças e adolescentes, mas em pouco tempo se tornou uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP). Quem conta esta história é Maura Marques, coordenadora do Grupo de Apoio Social Solidariedade (GASS), que está à frente do projeto há mais de cinco anos.
“O projeto começou no 16º Batalhão da Polícia Militar do bairro Santa Tereza, em Belo Horizonte. No início, as atividades eram feitas junto com os policiais, mas com o tempo, foi aumentado o número de crianças e adolescentes assistidos. Assim, o projeto se mudou para o endereço onde está até hoje. Isso foi há 10 anos”, revelou.
Ela inclusive destaca a atuação de outra coordenadora do projeto, Graça Otoni, quem esteve desde o início do projeto. “Ela participou na fundação do GASS e até hoje atua à frente desta importante iniciativa”, completou.
Fundado no dia 10 de outubro de 2004, o GASS atualmente se localiza na Rua Conselheiro Rocha, 2300, ao lado da estação de Metrô Santa Efigênia. Dessa forma, por meio do Programa Ação e Cidadania, o GASS oferece apoio a crianças e adolescentes como forma de diminuir as desigualdades sociais. Para tal, o local conta com espaços para a realização das aulas esportivas, laboratório de informática, salas de aula, brinquedoteca e biblioteca.
O GASS atende crianças e adolescentes entre seis a 17 anos. De acordo com Marques, todos os anos, as famílias renovam a matrícula de seus filhos, quando a direção aproveita para atualizar o cadastro de todos e checar se os alunos estão matriculados e frequentando a escola. “A condição primordial para frequentar as atividades do GASS é estar frequente na escola”, ressaltou. Nesta oportunidade, também é distribuído material escolar para os assistidos.
No local, diversas atividades são realizadas com o intuito de promover a socialização de crianças e adolescentes. São ações socioeducativas e culturais que integram aulas de futebol, capoeira, balé, música, informática, oficinas de bordado, crochê e bijuteria, bem como reforço escolar. Atualmente, cerca de 120 crianças e adolescentes são atendidos no projeto, anualmente, advindos de comunidades do entorno, especialmente as Vilas Dias, São Vicente e Ponta Porã. “Mas, se vier criança ou adolescente de outras regiões também atendemos”, frisou Marques.
Graças a esse trabalho, o GASS assumiu um importante papel na sociedade como uma organização que complementa a responsabilidade do governo. “Fazemos um trabalho de prevenção. Se esses meninos e meninas não estivessem dentro do projeto, estariam lá fora, correndo riscos, vulneráveis, sujeitos a vários tipos de problemas, como a marginalização e abusos de todo tipo”, ressaltou a coordenadora.
Trabalho sério e voluntariado
Como uma OSCIP, o GASS se mantém por meio de leis de incentivo, como a Lei Rouanet e o Fundo para Infância e Adolescência (FIA). Aprovam-se os projetos a serem desenvolvidos e na sequência é feita a captação de recursos junto às empresas. É uma maneira que o governo federal encontrou de oferecer uma alternativa à destinação do imposto de renda das pessoas jurídicas, que podem encaminhar os recursos para projetos sociais, como o GASS.
Contudo, não só empresas podem usar os recursos do imposto de renda para ajudar, pessoas físicas também podem fazer o mesmo, duas vezes por ano. Mas, nem só de lei de incentivo vive o GASS. Segundo Marques, o projeto social também participa de editais de empresas e ainda conta com o auxilio de voluntários, que doam seu tempo ensinando o que sabem às crianças e adolescentes. E essa ajuda é sempre muito bem vida, pois o projeto precisa desenvolver diferentes atividades, uma vez que atende desde crianças de seis anos, até adolescentes de 17.
Oportunidades no lugar da vulnerabilidade social
Enquanto as crianças podem brincar e aprender livremente, com segurança e muito amor, os adolescentes praticam esporte, frequentam oficinas, reforço escolar e podem sair do projeto com uma profissão. Muitos jovens são capacitados para atuarem como produtores de artesanatos entre outras funções. Além disso, a oportunidade de se ocuparem com atividades sociais, esportivas e culturais acabam levando muitos deles a alçarem voos maiores. Há ex-alunos atendidos pelo projeto cursando faculdade e alguns até já formados. Como é o caso da psicóloga Lays Machado, que acabou voltando ao GASS, dessa vez como profissional da psicologia.
“O Projeto foi uma experiência incrível pela qual passei por nove anos. É difícil expressar com palavras tudo o que vivi lá. Criamos verdadeiros laços de amizade e companheirismo com a equipe do GASS e com a comunidade. No projeto me descarreguei da dura realidade, me interagia com as atividades e oficinas ao invés de ir para a rua, ia para a aula de reforço, e como isso me ajudou”, contou.
A psicóloga conta que, quando criança estudava no chão por não ter mesa e cadeira em casa, até o dia em que pediu à coordenação do GASS que a ajudasse para que pudesse realizar seu sonho de cursar uma faculdade. “Já não aguentava mais estudar no chão e quando ganhei a mesa e cadeira, tive ainda mais vontade de estudar. Dediquei-me aos estudos, prestei vestibular e passei com bolsa de 100% na Faculdade de Ciências Médicas”, revelou.
Gratidão ao GASS é a ordem de todos os seus dias, pois foi no projeto que ela teve o impulso para ser a profissional e pessoa que é hoje. “O GASS é uma lição de vida e cidadania, o que vivemos e aprendemos lá não há preço no mundo que pague”, acrescentou. Por isso, ela voltou ao projeto, agora, como profissional com o objetivo de ajudar, assim como um dia foi ajudada. “Tem sido uma experiência gratificante trabalhar em parceria com GASS. Desenvolver a solidariedade e o profissionalismo para atingir os resultados desejados garante o sucesso desta ação social, gerando responsabilidade e vontade de fazer acontecer. Esses são traços marcantes na minha forma de trabalho”, concluiu.
As oportunidades também surgem por meio de atividades como o projeto Moeda Conquista, que são simples, mas muito interessantes. Este projeto, por exemplo, estimula o valor da solidariedade e o desenvolvimento de habilidades de gestão financeira. Com muito orgulho, Marques explica que, durante todo o ano, os alunos recebem créditos por bom comportamento, atitudes legais, frequência e boas notas na escola.
Assim, no final do ano, é realizado um grande evento, quando os créditos são trocados pelo dinheiro simbólico da moeda Conquista, que é utilizado para a compra de brinquedos, itens de cesta básica e higiene pessoal, os quais são disponibilizados em uma grande confraternização de Natal. “Eles usam esse ‘dinheiro’ para comprar presentes para toda a família, assim trabalham a solidariedade e a gestão financeira. É o evento mais esperado do ano!”, finalizou.
GAAS
Para saber mais sobre o projeto e ajudar com doações, seja de produtos, alimentos, recursos financeiros ou mesmo com seu tempo e habilidades, basta entrar em contato por meio do telefone (31) 3243-7090 ou da página no Facebook (grupodeapoiosocialsolidariedade). O Projeto GASS Ação e Cidadania está localizado na Rua Conselheiro Rocha, 2300, ao lado da estação de Metrô do Santa Efigênia.