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FESTA VERSUS VIDA - Revista Viva Grande BH

FESTA VERSUS VIDA

Procurei uma festa para aglomeração.
Não encontrei, mas ganhei a vida.

Sem esquecer as interpretações possíveis do texto, gostaria de chamar a atenção para alguns aspectos gramaticais. Não é novidade que o texto possui duas frases separadas por um ponto final.
1 – Procurei uma festa para aglomeração.
2 – Não encontrei, mas ganhei a vida.
A frase 1 possui um verbo, “procurei” e seu infinitivo é procurar. Sendo assim, dizemos que o período é simples, pois possui um verbo e consequentemente possui uma oração.
Já a frase 2 possui dois verbos: encontrei, infinitivo encontrar e ganhei, infinitivo ganhar. Por isso dizemos que a frase 2, como possui dois verbos, é um período composto e consequentemente possui duas orações. Vamos desmembrá-las.Oração 1 – Não encontrei,
Oração 2 – mas ganhei a vida.
O que a oração 1 não encontrou? Lendo todo o texto sabemos que não encontrou a festa. O sentido desta oração está completa. “Não encontrei a festa”. A palavra festa não precisa ser repetida, porque já lemos na frase anterior.
A oração 2 também tem um sentido completo: “ganhei a vida”. Essa oração é iniciada por uma pequena palavra, que diz muito para o leitor. “MAS”.
Mas é uma conjunção adversativa que transmite uma ideia de oposição. É fácil perceber: não encontrei algo que procurava, no caso do texto a festa, mas ganhei outra coisa, a vida.
Concluindo, a frase 1 possui um verbo e por isso é um período simples. A frase 2 possui dois verbos, por isso é um período composto com duas orações, que por terem sentidos completos e independentes são chamadas de orações coordenadas. E fazendo a ligação entre as duas orações coordenadas existe uma palavra, mas, que é uma conjunção adversativa.
Você deve estar questionando a minha reflexão. Quando digo que festa está em oposição a vida. Festa é alegria, diversão é algo bom e também representa a vida. Concordo, mas não nestes tempos em que vivemos. Não neste momento de pandemia quando o que se espera para não proliferar a doença é que fiquemos livres de aglomerações, inevitáveis em festas.
Por isso, neste momento festa está em oposição a vida representada pela conjunção “mas”.

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