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Escola sem Aula, Escola sem Alma
- Ronan Gomes
- VivaOnline
- 19 de outubro de 2020
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Nossas escolas estão vazias. E observá-las sem movimento, sem vida, sem a alma humana, é uma visão infeliz. São os estudantes que promovem a movimentação, a troca de conhecimento, e agora eles estão em busca de novos caminhos no processo da aprendizagem.
Nunca se falou tanto em videoaulas, reuniões por videoconferência. Basta abrir uma rede social e lá está tudo sobre aplicativos, programas e cursos ensinando como fazer e transmitir aulas a distância. Isso não seria mais triste? É como se não tivesse outra solução. Neste momento do texto caberia até um emoticon, uma carinha muito, muito triste, ou até chorando talvez, porque uma escola sem estudantes não deve ser incluída neste novo normal.
As escolas continuarão vazias, sem aula, sem alma, por mais algum tempo. Não se tem ideia de quando voltarão e como será a volta. Não se sabe como estão os estudantes, presos em suas casas. Que relação estão tendo com o conhecimento.
Esse é o momento de pensar as novas maneiras de ensinar e aprender para as diversas disciplinas. De valorizar o professor como alguém que realmente conduz o estudante ao conhecimento. Fazer com que ele deixe de se preocupar com o que está pronto e acabado instigando a curiosidade. Assim, o estudante fará questionamentos e buscará as respostas ao invés de recebê-las prontas. O que se espera é que, os estudantes possam, ao retornar aos prédios, agora vazios, valorizá-los enquanto espaço de aprendizagem, de convivência e de troca de informações.
Que aproveitem e explorem os conhecimentos dos professores, dos colegas e de todos os profissionais numa convivência pacífica e proveitosa, desenvolvendo as habilidades e competências a cargo da querida e velha escola. Ou nova, quem sabe?
O que está sendo vivenciado hoje, escola sem aula, sem alma, talvez possibilite a tão sonhada escola da vida, o tal ensino fora dos muros, tão difundido e nunca conquistado.
É certo que o ser humano não deixa de aprender independente da escola. Porém, o encontro dos estudantes, todos os dias, favorece as relações sociais e uma aprendizagem que não pode ser conseguida digitalmente ou à distância.
A história da humanidade está passando diante dos olhos. E se o estudo da história serve para conhecer o passado, aproveitando o que foi bom, evitando assim os erros, é necessário agora refletir sobre o que está acontecendo e aproveitar para melhorar. Este é o momento de aprender e de desenvolver as habilidades e as competências necessárias para preparar um futuro melhor para as pessoas que virão.